quinta-feira, 6 de abril de 2017

Ex-moradora de rua profere palestra no Pequeno Vicente

Equipe da Assistência Social foi à instituição para conscientizar as crianças do perigo das ruas 

Depoimento: Lúcia Severino narra a experiência de morar na rua por nove anos / Foto: Matheus Lianda

Participação: as crianças aproveitaram para tirar todas as dúvidas
sobre o tema / Foto: Matheus Lianda
Na manhã desta quarta-feira, 6, as crianças do Lar do Pequeno Vicente receberam uma equipe da Assistência Social para conversar sobre os perigos das drogas e a importância de não dar esmolas. O encontro foi marcado pelas explicações da diretora do Departamento de Assistência Social, Eliane Rossi, e pelo depoimento da ex-moradora de rua Lúcia Severino, que superou o vício ao aceitar a ajuda dos órgãos competentes. A intenção é conscientizar as crianças dos riscos de sobreviver nas ruas e prevenir para que não adquiram dependências químicas e entendam a importância do planejamento familiar.

“Vivi por nove anos nas ruas. Por causa do vício em drogas e bebida, perdi o contato com toda minha família”, revelou Lúcia. “Fiquei sem reagir por todo esse tempo, mas recebi ajuda da Assistência Social e há quatro anos mudei de vida. Agora vejo meus filhos com frequência”.

Equipe: os estagiários Cláudia Cristina e Thales Henrique, Lúcia Severino
e a diretora de Assistência Social, Eliane Rossi, participaram do encontro
 / Foto: Matheus Lianda
Após uma sessão de perguntas e respostas, a diretora Eliane Rossi esclareceu dúvidas sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar e combater a situação de rua, além de propor ações de conscientização para as crianças. “Quem vive nas ruas perde todos os vínculos saudáveis e se torna praticamente invisível para a sociedade”, alertou. “Dar esmolas não melhora a vida de quem está nessa condição. É preciso encaminhar para um dos serviços que a cidade oferece. No CREAS, no albergue, ali essas pessoas podem realmente ser ajudadas".

Nas próximas reuniões, a ideia é levar as crianças para ações de conscientização em vias públicas, acompanhadas por monitores.

Surpresa: depois do bate-papo, Lúcia Severino entregou um presente para cada criança / Foto: Matheus Lianda

Pessoas em situação de rua

Segundo o Departamento de Assistência Social, há cerca de 50 pessoas em situação de rua em São João da Boa Vista. Cerca de 15, no entanto, vêm de cidades vizinhas. Para ajudar, é preciso orientá-los a procurar por um dos dispositivos assistenciais da Prefeitura. São oferecidas passagens para regresso à cidade de origem, albergue para se abrigarem à noite e atendimento pelo CAPS-AD, para dependentes de álcool e drogas. Também são feitas rondas três vezes por semana para identificar pessoas que necessitem de ajuda e aceitem tratamento pelos programas do governo.

Em breve, será lançado o projeto "Papo com Café", voltado para a ressocialização de moradores de rua. Serão praticadas atividades variadas, relacionadas à saúde e vínculo familiar.
















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