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O professor João Sérgio Januzelli conversa com os convidados / Foto: Matheus Lianda |
Além do café da manhã,
os convidados puderam realizar exames de prevenção
Na
manhã desta quarta-feira, dia 10, 16 moradores de rua se reuniram na Sala 1 do
Departamento de Cultura para a primeira edição do Papo com Café, uma das
atividades da Semana Conscientiza São João. O projeto integra o programa
Ressocializar, cuja intenção é recuperar essas pessoas para que voltem a ter
emprego, moradia e relações sociais. Durante o encontro, funcionários do
Departamento de Assistência Social conversaram com as pessoas em condição de
rua para conhecê-los melhor e orientá-los a usar os programas sociais da
Prefeitura.
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Durante o evento, foram servidos lanches aos convidados / Foto: Matheus Lianda |
Depois
do café da manhã, uma palestra motivacional foi proferida pelo professor universitário
João Sérgio Januzelli, seguida por depoimentos de ex-moradores de rua
ressocializados pelo programa. Durante o evento, estudantes dos cursos
superiores de Farmácia e Fisioterapia da Unifae estiveram presentes
voluntariamente para realizar exames de glicemia e auferir a pressão arterial
dos convidados.
Papo com Café
“O
objetivo dessa ação é evidenciar o papel social dos indivíduos em situação de
rua junto à comunidade, mostrar que pessoas que aceitaram participar dos
programas oferecidos pela Prefeitura conseguiram se ressocializar”, explica o
estudante de Psicologia e funcionário do Departamento de Assistência Social,
Thales Henrique. “Também queremos levantar a autoestima deles, proporcionar
momentos de descontração e informar sobre programas da Assistência Social, como
o albergue, CAPS-AD e Projeto Mutirão.”
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O morador de rua Reginaldo Faria
aprovou a iniciativa / Foto: Matheus Lianda |
Reginaldo
Faria, de 47 anos, vive nas ruas há 28 – resultado de desavenças familiares e
separação dos filhos. Já trabalhou como garçom, auxiliar de pedreiro e operador de motosserra, mas enfrenta preconceitos diariamente para conseguir
outras ocupações. “Estando na rua, desempregado, com roupas velhas, você fica
desarmado. Como vou conseguir trabalho no buffet novamente?”, lamenta. Usuário
dos serviços oferecidos pela Prefeitura, como o albergue e o CAPS-AD,
entretanto, comemora a iniciativa. “Vim aqui para procurar apoio. Já fui muito
humilhado, chamado de vagabundo e sem-vergonha, e aqui somos bem tratados.”
“Portas
fechadas, falta de estrutura na família e vícios, além de outros traumas,
tornam o processo de aceitação social muito difícil. Um projeto como o Papo com
Café faz com que percebam que ainda há quem olhe por eles, quem têm voz na
sociedade”, afirma Thales.
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As estudantes de Farmácia Gabriela Silva (acima)
e Nayara Nogueira (abaixo) realizam exames
de glicemia / Foto: Matheus Lianda |
Exames de prevenção
Além
do bate-papo, todos os convidados puderam realizar exames importantes para a
prevenção de diabetes e hipertensão. As estudantes do primeiro semestre de
Farmácia, Gabriela Silva e Nayara Nogueira, participaram do projeto e ficaram
responsáveis pelas análises das taxas de glicemia. “Além de colocar nosso
conhecimento em prática, podemos interagir com eles. Como estão em condição de
rua, muitos nunca fizeram o exame, então precisamos ser atenciosas, explicar
detalhadamente como funciona”, declara Gabriela. Para Nayara, mais do que informações,
é uma forma de proporcionar amparo. “Se algum resultado for incomum, nós os
orientamos a procurar uma Unidade de Saúde para um diagnóstico preciso. Eles se
sentem muito mais acolhidos aqui.”
Segundo
o Departamento de Assistência Social, as edições do Papo com Café acontecerão
em todas as segundas quartas-feiras de cada mês.